Texto por Marco Fialho Apolo simplesmente é um filme carismático, que sabe cativar o espectador não só pela história original que trata, a da gravidez de Lourenzo, um homem trans, e de Isis, uma mulher trans, como pela forma narrativa endereçada diretamente a Apolo, o filho que está prestes a vir ao mundo. A direção, dividida entre Tainá Müller e Isis Broken, acerta em cheio em adentrar no registro da vida cotidiana desse casal que choca parte do mundo pelo fato de Lourenzo ser um homem grávido, a exibir sua imensa barriga. O filme inicialmente entra na casa de Isis em Sergipe, para mostrar a vida a dois do casal e a relação amorosa deles com a família de Isis, que aceitou a transição dela. Socialmente, o casal passa por muitas dificuldades no local, especialmente com hospitais despreparados para tratar da gestação de pessoas trans. O grande motor de Apolo é o afeto, aquele em que mãe e pai destinam aos seus filhos, mas também os que flutuam entre Isis, Lourenzo e Apolo. O filme percor...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)