Texto de Marco Fialho O primeiro comentário que cabe a Luz nos Trópicos é que essa é estruturalmente uma obra anti-épica. Há um elemento diacrônico presente, mas jamais utilizado com o intuito causal, pois a relação tempo-história é proficuamente aberta, passível de leituras diversas e amplas. Não se esgota jamais, nem antropologicamente, nem por qualquer outro viés de análise. As suas quase 4 horas e meia de duração são na verdade ilusórias, pois o tempo estendido sentido no filme nos convida a passear por tempos esparsos e culturas díspares, o que faz o tempo parecer mais dilatado ainda, tornando a tentativa de sua mensuração algo estéril e ineficaz. Sem dúvida, a maior de todas as viagens de Luz nos Trópicos é a sensorial. Somos convidados a simplesmente fruir, sentir sensações que as imagens e sons (sim, eles são muito vibrantes aqui) estão a provocar. Logo nas primeiras imagens do filme somos entregues às texturas. Imagens de uma Nova York distante, impregnada por um filtro av
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)