Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2017

COLUMBUS - DIREÇÃO KOGONADA - 2017

Arquitetura simétrica, emoções assimétricas Crítica de Marco Fialho O que primeiro chama a atenção no filme “Columbus” é o seu clima contemplativo. Em boa parte do filme o que vemos é a contemplação. Os personagens contemplam, a câmera contempla, e por fim nós espectadores somos conduzidos à contemplação pelo diretor norte-americano de origem sul-coreana Kogonada. Portanto, o público deve ir preparado emocionalmente para poder fruir plenamente e com tranquilidade essa obra que prima pela dilatação dos planos e do tempo. Mas isso não é tudo, a contemplação não é o todo, apenas funciona como o dispositivo, como um caminho para nos levar a lugares mais profundos e também prazerosos. Ao pensar nos planos do filme, Kogonada acredita na relação que o cinema estabelece com o tempo e esse é um grande acerto de sua direção. Assim ele nos impõe seu ritmo, ou seria a cidade de Columbus a ditar o seu ritmo aos personagens e ao filme, o que justificaria inclusive o filme ter seu nome. C

PENDULAR - DIREÇÃO JULIA MURAT - 2017

A dança da instabilidade Crítica de Marco Fialho O segundo longa da jovem diretora Júlia Murat vem reafirmar seu talento já insinuado em "Histórias que só existem quando lembradas". Em "Pendular" podemos dizer que seu voo é mais ousado e impreciso ainda, escolhendo flertar com instabilidades entre narrativo e experimental, entre dança e artes visuais, entre ciúme e possessão, entre sucesso e fracasso, entre equilíbrio e inconstância, entre outras. São muitas incertezas que movem o casal composto por uma bailarina, interpretada com precisão por Raquel Karro, e um escultor, vivido com intensidade por Rodrigo Bolzan, que dividem o protagonismo do filme e o mesmo galpão-ateliê-residência. É nesse espaço-síntese onde praticamente tudo acontece, onde todos os conflitos e paixões são desfrutados como se o casal vivesse numa cápsula. Logo na primeira cena o filme já mostra ao que veio. Uma fita adesiva divide o espaço em dois, um da dançarina e outro do escultor. Mas