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Mostrando postagens de dezembro, 2021

CIDADÃO KANE (1941), COM SOMBRAS DE "GRILHÕES DO PASSADO OU MR. ARKADIN" (1955) e "VERDADES E MENTIRAS OU F FOR FAKE" (1973) Direção Orson Welles

Verdades e mentiras de Welles Texto de Marco Fialho Verdades e mentiras talvez sejam temas presentes em quase todos os filmes de Orson Welles, mas destacamos três deles - "Cidadão Kane", "Grilhões do passado" e "Verdades e mentiras" - como os mais expressivos desse viés tão característico de sua obra. Para Welles havia uma inter-relação entre a verdade e a mentira, duas faces de uma mesma moeda que funcionou como um ardil irônico, e constitutivo, de sua concepção cinematográfica e no qual vamos tecer algumas considerações.  Como bem descobriu o francês George Méliès lá nos primórdios, o ilusionismo é a base do cinema, na sua genética encontra-se o DNA da arte de criar ilusões por meio de truques e artifícios, assim a consciência do ilusionismo como elemento intrínseco ao cinema tornou-se a chave para penetrar na obra de Welles. A escolha do cinema como meio de expressão de Welles não foi aleatória, baseou-se na constatação de que o cinema era a linguagem a

O SACRIFÍCIO (1986) Direção de Andrei Tarkovski

Sinopse: Família burguesa sueca celebra o aniversário do patriarca Alexander, escritor e ator aposentado. Porém, tudo muda com a notícia do início da III Guerra Mundial. Uma carta para abrir depois que o mundo acabar Texto de Marco Fialho "A minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, estaremos adiando o fim"                                                                Airton Krenak "O Sacrifício" é a obra crepuscular de Andrei Tarkovski, apesar de ser apenas o sétimo longa do diretor russo, que viria a falecer em 29 de dezembro de 1986, aos 54 anos. Nesse filme, observa-se a preocupação do diretor em deixar para a humanidade um testamento, algo para ser lido como o sacrifício que cada ser humano deveria fazer para salvar o mundo de uma hecatombe, aqui no caso, a nuclear, embora Tarkovski não desconsidere que mesmo com tudo sendo destruído ainda assim restaria uma esperança e ela estaria n