Texto por Marco Fialho Nada define melhor Paris, Texas , grande clássico do cinema contemporâneo, dirigido por Win Wenders, do que a trilha musical melancólica, milimetricamente pensada e executada por Ry Cooder. Quando ouvimos aquele slide de sua guitarra somos sugados de imediato para algo que ainda não sabemos o que é, mas que nos chega com uma força impressionante. Se formos pensar na história que Wenders nos proporciona, veremos que não há nada de esplendoroso, ela é simples: um homem que é achado perdido no deserto, depois de 4 anos desaparecido, capturado pelo irmão no sul dos Estados Unidos, perto da fronteira com o México, e que depois tenta se entender para reaver a sua vida, e quem sabe, reparar alguns erros do passado, em relação à esposa e filho. Em menos de três linhas, podemos narrar a história, ou odisseia, de Travis (Harry Dean Stanton, numa interpretação das mais sensíveis do cinema), sem maiores dificuldades. O que faz, então, Paris, Texas ser...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)