Texto de Marco Fialho Numa época em que os filmes de ação e violência estão muito em voga, Crônicas do Irã , dirigido pelos jovens Ali Asgari ( Até Amanhã ) e Alireza Khatami, mostra o quanto um filme pode ser violento sem derramar uma gota de sangue ou mesmo abrir mão de uma câmera nervosa e cortes abruptos. Apesar da direção concisa, sem nenhum floreio técnico, a obra soa cortante por ser cirúrgica ao tocar numa ferida aberta inerente ao sistema político do Irã, em especial à censura. Na primeira e longa cena inicial, vemos um plano geral da grande cidade de Teerã indo lentamente acordando, da noite vamos avistando a luz do dia e os sons característicos da urbanidade, os carros e as ambulâncias avisando sobre o que é viver naquele turbulento território. Mas se a cidade ao longe parece como qualquer outra, de perto não é bem assim. A partir de então vamos conhecendo histórias que poderiam ser de terror, como a primeira em que um homem não consegue registrar o nome do seu filho como Da...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)