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COBERTURA DO FESTIVAL DE CINEMA DE VASSOURAS


Para um acesso completo à toda cobertura que o CineFialho fez nas redes sociais para a 2º Festival de Cinema de Vassouras, ao final dessa página está disponível os links de todas as publicações realizadas no Instagram e Facebook.

COELHITOS E GAMBAZITAS
Dir. Thomas Larson
COTAÇÃO: 7                  
Impressão: "Coelhitos e Gambazitas" é uma animação, que trata com humor e leveza, os tempos atuais das famílias em que as crianças vivem conectadas em seus celulares e aparelhos eletrônicos, deixando de vivenciar experiências coletivas de brincadeiras. O filme mistura animação com a estética videogame, com traços simples nos desenhos, mas que funcionam dentro da proposta de criar uma comunicação direta com as crianças. Outro ponto interessante é o da família ser multiétnica, em que o pai é coelho e a mãe é uma gambá e os filhos uma se parece com a mãe e os filhos com o pai. O curta busca salientar a importância das brincadeiras coletivas e da comunicabilidade familiar, lembrando que na contemporaneidade, pais e filhos estão mais imersos em seus mundos do que interagindo uns com os outros. (texto produzido por Carmela e Marco Fialho).
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ROSA: A NARRADORA DE OUTROS BRASIS
Dir. Valmir Moratelli e Libário Nogueira
COTAÇÃO: 4
Impressão: "Rosa: a narradora de outros brasis" é um documentário em homenagem à carnavalesca, figurinista, cenógrafa e professora Rosa Magalhães. Uma pena que o filme não esteja à altura dessa grande artista do nosso Carnaval, retratada praticamente em um único plano, o que torna o registro enfadonho em diversos momentos. Faltou ainda vermos imagens dos desfiles conforme a carnavalesca falava sobre eles ou de croquis a mostrar suas ideias e concepções sobre a arte carnavalesca. Ler a crítica completa no link: ROSA (2023) Dir. Valmir Moratelli e Libário Nogueira (cinefialho.blogspot.com)
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HORIZONTE
Dir. Rafael Calomeni
COTAÇÃO: 6
Impressão: Desde o primeiro e longo plano-sequência que dura doze minutos e meio, "Horizonte", dirigido por Rafael Colomeni, diz para que veio. O filme tem duas partes bem definidas. Na primeira, acompanhamos a dureza da vida de Rui, um homem de 72 anos de idade que viveu poucas aventuras, que leva uma vida sem-graça e sem riscos. Na segunda parte, Rui se lança em uma promessa de nova vida. "Horizonte" pode ser lido por meio desse confronto entre essas duas partes que muito falam sobre a construção desse personagem e da importância do lúdico na nossa vida. Ler a crítica completa no link: HORIZONTE (2022) Dir. Rafael Calomeni (cinefialho.blogspot.com)
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ERA UMA NOITE DE SÃO JOÃO
Dir. Bruna Velden
COTAÇÃO: 8
Impressão: A animação "Era uma noite de São João" foi realizada em um período em que as festas juninas não puderam acontecer durante a pandemia e esse fato só faz aumentar o encantamento que este trabalho provoca no espectador. O seu traço é todo inspirado na arte naif, o que acentua ainda mais o seu caráter popular. Tudo nele é envolto de carisma e beleza. O filme é todo realizado sem diálogos e a narração é inteiramente acessível, o que torna o curta um presente não só para os que viveram isolados durante a pandemia, mas também para aqueles que possuem deficiências auditiva ou visual. A animação narra a história de uma senhora idosa e viúva, Dona Dorinha, que não pode estar junto aos seus familiares e apenas possui o celular como meio de comunicação, que se utiliza de sua memória para relembrar histórias de outras festas de São João e o quão alegres essas foram para ela. O mais bonito e tocante dessa história é a liberdade narrativa que a diretora estabelece para colocar passado, presente e todos os vizinhos da senhora (que de certa maneira representa todos nós) juntos com diversos artistas do nordeste ligados ao São João. De Sivuca a Chico César vão desfilando pelas varandas da vizinhança grandes nomes da nossa música popular, separados em suas casas, porém unidos a preparar um espetáculo possível de São João. Essa é uma obra sobretudo que versa acerca do papel que as artes desempenharam durante ao período mais difícil de nossa história no que tange à sociabilidade e a importância da memória e da afetividade em nossas vidas. Um filme emocionante, que toca não só uma música que muito diz sobre nossos costumes, a clássica "Que nem jiló", do nosso rei do baião, como atinge a alma bem lá no fundo e mostra a força da animação brasileira.
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O VOZERIO 
Dir, Igor Bastos
COTAÇÃO: 7
Impressão: Se atentarmos para a palavra que está no título, vozerio, logo entenderemos que o cerne da ideia que fomenta o filme de Igor Bastos não são somente as vozes, mas sim como essas vozes se colocam, umas intercaladas à outras. No dicionário, vozerio quer dizer "muitas vozes juntas" e um dos sinônimos possíveis encontramos a palavra algazarra. Vozerio aqui expressa um amontoado de vozes que não se somam, mas que antes de tudo se chocam e se misturam sem formar um sentido audível ou claro. Evidente que há um duplo sentido no título, afinal estamos a falar de dublagem, de umas vozes sobre as outras, embora também vozerio nos remeta a confusão. Ler crítica completa no link: O VOZERIO (2023) Dir. Igor Bastos (cinefialho.blogspot.com)            
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UM CERTO CINEMA GAÚCHO DE PORTO ALEGRE
Dir. Boca Migotto
COTAÇÃO: 7
Impressão: O longa documentário "Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre" aborda a saga do cinema de Porto Alegre dos anos 1980 (Deu pra ti, Inverno e Coisa na roda) a Tinta Bruta (2018), baseado na pesquisa de doutorado do próprio diretor Boca Migotto. Por meio de muitos depoimentos, o filme vai acompanhando as diversas fases do cinema de Porto Alegre, desde a primeira fase do super-8, em que a turma da posterior Casa de Cinema de Porto Alegre arriscou os primeiros passos, em especial Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil, numa espécie de movida cultural (para além do cinema) ou como uma nouvelle vague gaúcha, essencialmente urbana nas temáticas e cheia de experimentos narrativos. Ler a crítica completa no link: UM CERTO CINEMA GAÚCHO DE PORTO ALEGRE (2023) Dir. Boca Migotto (cinefialho.blogspot.com) 
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CABOCOLINO
Dir. João Marcelo
COTAÇÃO: 9
Impressão: "Cabocolino" é um filme de rara sensibilidade, que aborda momentos da vida de João de Cordeira, sempre com uma ternura comovente e temas como ancestralidade, territorialidade, memória e afetos. O mais interessante é como o diretor João Marcelo consegue com simplicidade e ludicidade abraçar um personagem que emana amor e que como o próprio diz: "o caboco tira a gente do abismo". É bela a consciência do personagem em focar sua vida na preservação de uma tradição cultural popular. Enquanto o filme passeia delicadamente por nós, ganhamos de brinde o som maravilhoso da Banda de Pífanos de Surubim. Um filme que se vê com os olhos alagados.
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VERMELHO MONET
Dir. Halder Gomes
COTAÇÃO: 3
Impressão: 
O cinema de Halder Gomes sempre me incomodou pela maneira como construiu a inserção da cultura popular nas suas narrativas, reforçando a ideia caricatural de um povo para o qual tudo sempre acaba em uma grande brincadeira e uma paródia, ação narrativa essa que evoca as chanchadas e comédias da época da Atlântida e da Cinédia, e mais adiante, os filmes dos "Os Trapalhões", cujas histórias sempre foram pastiches referenciadas em algum sucesso do cinema internacional. Felizmente, outras abordagens do popular foram construídas nos últimos anos em nosso cinema. Ler a crítica completa no link: https://cinefialho.blogspot.com/2023/06/vermelho-monet-2023-dir-halder-gomes.html
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FANTASMA NEON
Dir. Leonardo Martinelli 
COTAÇÃO: 8
Impressão: "Fantasma Neon" é um dos filmes mais premiados de 2022 e isso é compreensível, afinal a inventividade é a maior característica do curta de Leonardo Martinelli. O filme mistura dança, performances, números musicais, drama, comédia, passinho, forte crítica social entre os seus elementos. Me lembra muito na parte musical ao filme de Juliana Rojas de 2014, "Sinfonia da Necrópole", com os toques melódicos muito próximos à vanguarda paulista dos anos 1980. Mas fora isso, "Fantasma Neon" é muito carioca no seu jeito de ser atrevido, leve e solto, mas sempre deixando comentários ácidos como "entregar comida com fome é foda" ou "nem de neon eles enxergam a gente", e depoimentos em off sobre as várias furadas nas quais os entregadores de aplicativo estão sujeitos dia e noite afora. O filme vai caminhando entre a comédia e a tragédia, entre a vida e a morte, entre a leveza e a contundência, em um movimento que pode incomodar a uns e fascinar a outros. O filme caminha sempre se alimentando dos contrastes: ou entre a bicicleta e a motocicleta, ou entre a visibilidade neon das mochilas e a invisibilidade como indivíduos dos entregadores. Um dos pontos cativantes desse curta é a presença sempre luminosa e neon do grande ator Silvero Pontes, não esquecendo das inesperadas performances que muito diz sobre a capacidade de resiliência e resistência de nosso povo frente a exploração de um sistema econômico que chama de empreendedores trabalhadores que não possuem nenhum direito trabalhista. Só dançando mesmo para suportar as desigualdades sociais sempre naturalizadas por quem se aproveita da mão-de-obra barata dos desprovidos que precisam trabalhar para sobreviver nesse mundo cão.
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AREIA - MEMÓRIA E CINEMA
Dir. Letícia Damasceno Barreto
COTAÇÃO: 7
Impressão: "Areia - memória e cinema" é um híbrido de documentário e ficção, que narra a história do projecionista, do Cine Teatro Minerva, Gutemberg Barreto, situado em Areia, cidade do interior da Paraíba, que vem com a esposa morar no Rio de Janeiro. O ator Buda Lira, irreconhecível sem barba, faz encenações como Gutemberg e está muito bem em cena. O filme tem lá suas recaídas melodramáticas, até justificáveis, já que a diretora Leticia é neta do personagem. Mas a história tem pontos charmosos, como a morte silenciosa do protagonista em uma sessão de cinema no Odeon, no Centro do Rio de Janeiro. Mesmo afastado de sua ocupação de projecionista, o velho Gutemberg jamais deixou de reservar as terças-feiras para ir ao cinema, enquanto a esposa ia rezar no Convento de Santo Antônio. Apesar de conter uma dose de exagero dramático, a cena final com Chaplin e Gutemberg tem lá a sua graça. "Areia - memória e cinema" tem sim seus encantos, além de ter uma grande dose de afeto em cada frame filmado, pode ser considerado também um bonito filme-homenagem de uma neta para o avô.                  
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OS ESQUECIDOS
Dir. Rodrigo de Souza
COTAÇÃO: 7
Impressão: O documentário "Os esquecidos" trata da participação dos seres escravizados na construção da riqueza do Vale do Café, papel que lhes foi tirado pela elite local, que jamais os mencionaram como a mão-de-obra que levantou e construiu a riqueza da sociedade comandada pelos Barões do Café. "Os esquecidos" conta com depoimentos de diversos professores de história de hoje, que recolocam cada personagem em seu devido lugar na história local. "Os esquecidos" torna-se importante por mostrar o papel dos historiadores para a ampliar a nossa visão acerca da participação dos agentes sociais do passado, possibilitando que no presente consigamos enxergar os traços do passado ainda presentes na sociedade de hoje e colocar em evidência, um processo que conecta o que somos hoje com a nossa formação histórica. O filme ainda narra a tentativa de branqueamento por parte dos fazendeiros com a chegada de trabalhadores europeus no Brasil, baseados em teorias que afirmavam que essa ação levaria o país mais rápido ao progresso social e econômico. Esse é um filme, que apesar de soar convencional por demais em sua narrativa cinematográfica, com muitos historiadores relatando fatos como se estivessem em sala de aula, revela-se fundamental para que as novas gerações possa conhecer uma história que tire da invisibilidade os trabalhadores pretos e escravizados, personagens que embora não estejam com seus nomes estampados no nome das ruas, foram os protagonistas no processo de construção de riqueza do que hoje chamamos de Vale do Café.         
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CINEMA É DROPS
Dir. Aline Castela
COTAÇÃO: 5
Impressão: "Cinema é drops" tem como mote fazer um painel da história das salas de cinema da Cidade Imperial de Petrópolis. O filme apresenta uma ótima pesquisa histórica de imagem, apenas se perde em uma profusão de informações sobre diversas salas que abrem e fecham no decorrer do século XX e o documentário fica girando em torno de episódios contados sempre superficialmente, um atropelando o outro, faltando um pouco sair do clima nostálgico para uma análise mais consistente desse passado. Assim, informações interessantes vão ficando pelo caminho, em meio a baleiras, pipoqueiros, drops, lanterninhas e demais fatos corriqueiros amontoados em uma narrativa que pouco entrega além de imagens interessantes e factuais sobre a sociedade petropolitana. Ainda assim, deve-se destacar a importância da pesquisa de imagem desse Curta-metragem.
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VENTOS DO VERÃO
Dir. Alex Pizano
COTAÇÃO: 4
Impressão: "Ventos do verão" é uma rara oportunidade para se conhecer um filme realizado em Roraima. O diretor Alex Pizano é conhecido no Estado pelas suas histórias de faroeste em meio a realidade fronteiriça típica do Norte do Brasil. Entretanto em "Ventos de verão" o tema é outro, o que prevalece é uma narrativa voltada para o romântico e o nostálgico. Surpreendente a qualidade de fotografia e som sob a batuta de Claudio Lavôr, que servem de suporte para imagens e paisagens que lembram quadros impressionistas. Pena que há uma história pouco consistente e bastante previsível, sobre as memórias saudosas de uma jovem viúva. Alguns planos detalhes, e outros mais gerais são bonitos, mas a já batida história com contornos espíritas não chega a empolgar e soa até meio apelativa, embora seja louvável o esforço em desenvolver uma obra poética, telúrica e embalada por um viés mais imagético e sonoro do que assentada em diálogos. A impressão é que a obra bate na trave, sobretudo por deslizar no roteiro não consegue dar à trama um contorno que sustente a excelente parte técnica do filme.
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ALICE ATRAVÉS DA TELA
Dir. Plínio Lopes
COTAÇÃO: 2
Impressão: "Alice através da tela" tem como objetivo atualizar a clássica história de Lewis Carroll, mas perde a oportunidade de atualizá-la criticamente perante a sociedade que retrata: a tradicional e escravista região do Vale do Café. O filme se equivoca ao fazer escancaradas propagandas de um hotel fazenda da região, local conhecido por ser o centro nervoso do regime de opressão, e perde a oportunidade de usar o ambiente das fazendas para denunciar o sistema escravista que serviu de alicerce para invisibilizar homens e mulheres pretos da região. Tal como é narrado, o filme reafirma o processo de discriminação e subjugação dos pretos na sociedade de hoje. A maneira como a empregada da família e sua filha são inseridas na trama reafirmam a visão arcaica de uma história claramente opressora, mesmo que o viés esperto da narrativa ágil e moderninho da produção camufle as desigualdades sociais gritantes  que o filme ecoa. Quem dera a questão das telas fosse a que devesse chamar a nossa atenção e não um enredo que não consegue se colocar criticamente perante o seu tema. Fica muito difícil hoje falar das fazendas de café sem lembrar do contexto histórico no qual estão inseridas. A atuação da jovem atriz que interpreta Alice e a da chapeleira salvam o filme da tragédia total, afinal elas não podem pagar pelas escolhas narrativas e pela visão histórica desatualizada da direção.
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MARIA - NINGUÉM SABE QUEM SOU EU
Dir. Carlos Jardim
COTAÇÃO: 5
Impressão: Para os fãs de Maria Bethânia, o documentário "Maria - ninguém sabe quem sou eu" vai causar uma sensação contraditória. Se por um lado existe a felicidade de ver a cantora em cena com sua exuberância contumaz cantando em imagens de arquivo, por outro, há uma decepção pelo fato do título não entregar o que prometeu: revelar algo desconhecido dela. Para quem acompanha Bethânia por anos a fio, poucas informações novas vai realmente levar ao final da sessão. Ler a crítica completa no link: https://cinefialho.blogspot.com/2023/06/maria-ninguem-sabe-quem-sou-eu-2022-dir.html?m=1
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AS TRÊS VIDAS DE FRIEDA WOLFF
Dir. Pedro Gorski
COTAÇÃO: 7
Impressão: 
"As três vidas de Frieda Wolff", dirigido por Pedro Gorski trata da vida do casal Egon e Frieda Wolff, dois judeus alemães refugiados no Brasil à época do regime nazista de Hitler. Esse é um documentário denso, com extensa pesquisa de material de arquivo, realizado com muito zelo e amor pelos personagens. O trabalho do casal Wolff, hoje, é reconhecido como a maior contribuição à história do povo judeu no Brasil. Deixaram mais de 60 escritos sobre o tema, um número realmente expressivo. O filme se organiza em três partes: a primeira, que narra o contexto do encontro do casal; a segunda, quando o casal se estabelece sua vida; e a terceira, em que Frida precisa tocar a vida após a morte de Egon.
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CAMPOS CONQUISTADOS
Dir. Jéssica Gomes
COTAÇÃO: 7


Impressão: "Campos conquistados" é um documentário de curta-metragem que enfoca a difícil atuação de mulheres como árbitras de futebol no Brasil, os preconceitos históricos de uma profissão e um esporte totalmente dominado pelos homens. O filme trabalha basicamente com depoimentos de árbitras e bandeirinhas que revelam as enormes barreiras que enfrentaram para poder enfrentar o machismo inerente à profissão. Ver a crítica completa no link: CAMPOS CONQUISTADOS (2021) Dir. Jéssica Campos (cinefialho.blogspot.com) 
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MULHERES DO VALE
Dir. Beatriz Vidal
COTAÇÃO: 7
Impressão: Uma das coisas mais fascinantes em acompanhar um festival no interior é poder assistir e descobrir a filmes produzidos na própria região, "Mulheres do Vale", dirigido por Beatriz Vidal e produzido por Laysa Costa, é um desses exemplos a ser destacado. Importante salientar o viés do filme em potencializar as vozes de mulheres cruciais para a formação de uma sociedade historicamente patriarcal e excludente em vários aspectos. Ler a crítica completa no link: MULHERES DO VALE (2022) Dir. Beatriz Vidal (cinefialho.blogspot.com)
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PITANGA
Dir. Beto Brant e Camila Pitanga
COTAÇÃO: 7
Impressão: "Pitanga" é um filme que tem uma alma familiar. Não à toa é dirigido pela filha Camila Pitanga junto com o prestigiado diretor Beto Brant. Mais do que uma obra sobre Antônio Pitanga é sobre o que o ator fez e faz de melhor na vida, promover encontros e diálogos em torno da cultura afro-brasileira. Cada encontro é uma festa, um acontecimento, pois assim é permanentemente a vida para ele, uma eterna festa. Ler crítica completa no link: PITANGA (2014) Dir. Beto Brant e Camila Pitanga (cinefialho.blogspot.com)
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CASA DE ANTIGUIDADES
Dir. Pedro Paulo Miranda Maria
COTAÇÃO: 8
Impressão: Depois de vários curtas-metragens premiados internacionalmente ("A moça que dançou com o diabo", "Command action" e "Meninas formicida"), inclusive no Festival de Cannes, o diretor João Paulo Miranda Maria assombra o mundo com o seu primeiro longa-metragem, "Casa de antiguidades". É muito importante ficar atento a esse diretor vindo de Rio Claro, interior do Estado de São Paulo, como uma indubitável promessa do cinema brasileiro dos últimos anos. Seu estilo seco de filmar surpreende, pois parece um veterano, de tão convicto e firme que seu trabalho se revela na tela grande. Ler a crítica completa no link: CASA DE ANTIGUIDADES (2020) Dir. João Paulo Miranda Maria (cinefialho.blogspot.com)   
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NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO
Dir. Cavi Borges
COTAÇÃO: 9
Impressão: 
De certa forma, mesmo estando em pleno século XXI, podemos dizer que todo o filme de vampiro é uma homenagem ao amplo universo da cultura fantástica. A história da literatura e do cinema estão repletos desse tema tão sedutor e atrativo. "Não sei quantas almas tenho", dirigido pelo criativo casal Patrícia Niedermeier e Cavi Borges não é diferente ao optar lidar poeticamente com esse mundo dominado pelo imaginário fabular, e que flerta com elementos tão díspares da existência como o erotismo e a morbidez. O mais interessante no filme é como os diretores trabalham o tema de maneira bastante fragmentada, explorando mais a atmosfera misteriosa típica das histórias de vampiro do que o desenvolvimento do enredo em si. E isso é possível notar desde o início, onde as cenas filmadas esparsamente, juntamente com uma rica trilha musical que acentua um tom ameaçador, estão ali para construir uma ideia acerca de como eles aportarão no cinema fantástico. Ler a crítica completa no link: 
NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO (2022) Dir. Patrícia Niedermeier e Cavi Borges (cinefialho.blogspot.com)
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CAPITÃO ASTÚCIA
Dir. Felipe Gontijo
COTAÇÃO: 4
Impressão: Um dos elementos mais interessantes de "Capitão Astúcia" é a valorização do protagonismo de um personagem da chamada terceira idade e a sua promoção ao valoroso status de super-heroi. Outro destaque é a presença no elenco do carismático ator Fernando Teixeira como o protagonista do título, e a sempre leve e precisa aparição da atriz Nívea Maria, que infelizmente, fez pouco cinema em sua carreira. Há algo que destoa ambas interpretações do restante do elenco, que não consegue sair do caricatural. O perigo desse tipo de encenação na qual "Capitão Astúcia" se propõe é a de sempre caminhar entre o arriscado fio tênue da aventura e o da comédia, que pode a qualquer momento descambar para o superficial, armadilha na qual o diretor Felipe Gontijo acaba derrapando e caindo feio. "Capitão Astúcia" não consegue por isso emplacar, sair da promessa de uma boa sinopse e mergulhar na alma de seus personagens ao apenas salientar as suas ações, esquecendo de atribuir um mínimo de subjetividade ao seu precioso protagonista. A própria estética dos quadrinhos evocada no filme podia ser melhor explorada, pois fica muito solta no enredo. Assim, ao sairmos da sala de cinema, de imediato, esquecemos o que vimos, já que o filme não consegue ir além do próprio escapismo no qual se transformou.

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