Texto por Marco Fialho O primeiro estranhamento evocado pelo curta-metragem Mucura , obra rondonense dirigida por Fabiano Barros (do premiadíssimo Ela Mora Logo Ali , em parceria com Rafael Rogante, que aqui assina uma bela montagem), reside no próprio título. Mucura possui diversas definições, entre elas a de um animal marsupial amazônico, um tipo de gambá, mas também pode ser uma planta medicinal ou ainda indicar uma situação de prisão. O melhor aqui não é buscar nenhuma dessas direções, porém aceitar todas e se deixar levar pelo clima misterioso que o filme encampa. O que o diretor Fabiano Barros faz aqui é justamente apostar nessa confusão que a palavra inspira e devolvê-la para o espectador, criando uma atmosfera de terror e de imprecisão acerca do que estamos vendo. O ambiente onírico se faz onipresente, quando vemos uma mulher numa sucessão de despertares, ou de falsos despertares, que sugere um tipo de prisão psicológica latente da personagem feminina, interpre...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)