Texto por Marco Fialho Ponto Oculto tem um roteiro engenhoso e por isso é daqueles filmes que quando acabam dá vontade de reiniciá-lo de imediato, para que o quebra-cabeça proposto pela diretora alemã-curda Ayse Polat possa ser reconstruído com maior exatidão em nossas cabeças. O grande mérito do filme é como as diversas câmeras que ele nos oferta como narrativa vão se entrecruzando e formando um mosaico de pontos de vistas desafiadores e elucidativos. Na trama, uma equipe de filmagem alemã realiza um documentário sobre a perseguição sofrida pelos curdos que vivem em cidades remotas na Turquia e que enfrentam as ações ostensivas do JITEM (Serviço Secreto Turco), um braço violento do governo que prende e mata militantes curdos que fazem oposição política ao regime. As câmeras de vídeo do JITEM são utilizadas como uma forma inescrupulosa de vigilância, que chega a escondê-las em vários pontos nos apartamentos de descendentes de curdos, ferindo até a intimidade e a privacidade...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)