Texto por Marco Fialho É bonito como Bodanzky (diretor do extraordinário e lendário Iracema - Uma Transa Amazônica , de 1975) trata As Cores e Amores de Lore como algo tão próximo, afetivo e quase familiar. O diretor explicita os meandros da construção do filme, se coloca como narrador, embora assuma ainda uma polifonia ao conferir várias vozes à sua obra. Nela vemos além de sua voz, a voz da própria Lore e a de Carlos, um homem apaixonado de outrora que trocou missivas durante toda a vida com a artista visual. A ideia de Bodanzky partiu da relação que Lore estabeleceu com Rosa Bodanzky, sua mãe, por isso não deixa de ser um filme em homenagem a ela, pois algumas lembranças de Lore (abreviação de Eleonore Koch) esbarram na memória materna e cinema feito assim, costuma deixar marcas indeléveis. A delicadeza de Bodanzky está na narrativa e na própria maneira pela qual o diretor vai dialogando com Lore no decorrer de algumas conversas que travaram durante 5 anos com a artista. ...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)