Texto de Marco Fialho O que mais me impressionou em "Zona de interesse", dirigido por Jonathan Glazer, é a secura e frieza que permeia praticamente todo o filme. No campo da imagem, tudo é exageradamente asséptico e correto. Em plena 2ª Guerra temos uma vida paradisíaca para uma família nazista. Logo na primeira sequência, o diretor mostra essa família se divertindo à beira de um rio, com uma paisagem soberba, com uma natureza intocável, um ambiente bucólico saudável e ótimo para se viver, com uma qualidade de vida invejável para qualquer pessoa. Logo depois, vemos oficiais nazistas felizes por descobrirem uma maneira de otimização, pela arquitetura, de matar e incinerar mais judeus diariamente. Mas a segunda sequência tudo começa a mudar. Vemos a mesma família vivendo numa casa linda, com uma arquitetura imponente e com traços predominantemente retos. O mais importante a pontuar é o que está por trás dessa linda casa: o extermínio do povo judeu. Se na aparência tudo é tão...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)