Entre o riso e o choro: a violência desnudando o mundo das aparências Por Marco Fialho "Só espero que a minha morte faça mais centavos do que a minha vida" Arthur "Coringa" Fleck Um primeiro fato deve ser considerado de cara: "Coringa" não é exatamente sobre o personagem Coringa. Coringa é o veículo, isto é, o meio pelo qual habilmente Todd Phillips realiza um estudo sobre os mecanismos de exclusão de uma sociedade profundamente calcada na desigualdade. E como a violência se revela o motor de suas engrenagens de poder. Não à toa, foi a violência um dos aspectos mais comentados e reiterados pelos críticos mais ruidosos do filme. A violência em "Coringa" é o simbólico, é o sintoma, é o fato, o cru, não o cerne da coisa. Não compreender isso é patinar e cair na superfície, sem realmente atingir as contraditórias entranhas propostas pela narrativa do diretor. A violência é uma armadilha, na...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)