Texto por Carmela Fialho
O filme O Conde de Monte Cristo é um drama aventura baseado no romance homônimo de 1844 de Alexandre Dumas. O filme foi escrito e dirigido por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, e estrelado por Pierre Niney no papel de Edmond Dantès. Essa nova versão para essa famosa história é visualmente primorosa, em especial no trabalho de reconstituição de época, direção de fotografia e direção de arte.
O épico investe em personagens carismáticos e planos aéreos bem cuidados com o objetivo de mostrar a grandiosidade das cenas no mar, castelos e propriedades rurais dos nobres. As intrigas do poder político e econômico assumem a trama principal, onde o Conde de Monte Cristo é um misto de herói e vilão que pretende se vingar de sua prisão injusta, fruto de articulações jurídicas dos poderosos nobres franceses que invejavam a sua ascensão à condição de capitão e de desposar uma das mais bonitas jovens da nobreza.
O Conde de Monte Cristo conta com atuações marcantes de personagens femininas como Haydée, interpretada pela atriz romena-francesa Anamaria Vartolomei, e Mercédès, interpretada por Anaïs Demoustier, que conseguem trazer a força da mulher nas mudanças do rumo da narrativa e no seu desfecho. Entretanto, as interpretações masculinas como um todo, não fogem do esperado, com a devida ressalva à atuação de Pierfrancesco Favino como Abade Faria.
A narrativa clássica conduz o filme, que se desenvolve de maneira cronológica, dividida em duas partes: na primeira, a trama se passa na prisão, onde o protagonista conhece um abade Faria que o possibilita escapar e ter acesso a um imenso tesouro, tornando-se assim um novo personagem, o Conde de Monte Cristo; na segunda metade, o conde prepara sua vingança contra os seus detratores, e ganha aliados importantes na preparação de armadilhas e concretização de suas investidas contra os poderosos.
Apesar de contar com um design de produção esmerado, o filme não traz novos elementos narrativos a já conhecida história do Conde de Monte Cristo ao apostar numa estrutura convencional na adaptação dessa consagrada obra da literatura mundial. É indicado para quem gosta de um filme de aventura, romance e intrigas palacianas, esperar mais do que isso, pode trazer uma decepção ao final da projeção.
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