Texto de Marco Fialho
"Maestro(s)" segue uma linha narrativa simples que busca criar uma forte identificação entre o protagonista, o maestro Denis Dumar (Yvan Attal) e o público. Não por acaso o filme começa com ele ganhando um prêmio por sua atuação profissional. E será Denis o personagem que guiará a maioria das histórias que "Maestro(s)" nos oferece.
O mais curioso em "Maestro(s)" é como o diretor Bruno Chiche costura um enredo em que o maior antagonista do protagonista é o próprio pai, que assim como ele também é maestro. Como esperado, a trama traz muitas cenas de música de orquestra sinfônica, em um trabalho sonoro muito azeitado e impactante para quem assiste no cinema e gosta de música erudita.
Mas podemos dizer que no todo, o filme é muito morno, pois o conflito familiar anunciado não chega a ser muito forte e as querelas não passam de arengas relativamente suaves. Os personagens que servem de apoio à trama talvez sejam os mais importantes para manter a estrutura do filme em pé. O ator Pierre Arditi está muito bem no papel de um pai egocêntrico, ferido com o sucesso do filho, sempre em companhia da apaziguadora Hélène Dumar (com uma Miou-Miou sóbria, mas plena em cena).
O grande problema de "Maestro(s)" está no roteiro frágil, que não consegue alavancar muitos conflitos, nem extrair da trama muita profundidade. O filme se fecha em torno de um drama familiar vazio, mas tão vazio que ao final quando o pai aparece regendo junto com o filho, no Scala de Milão, que era o seu sonho, pouca surpresa causa. "Maestro(s)" é um filme que agrada a um tipo de público que busca refinamento no acabamento cinematográfico, bons atores em cena e pouca reflexão. Enfim, um bom entretenimento.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Quero saber o que você achou do meu texto. Obrigado!