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ERA UMA VEZ NO OESTE (1968) Direção de Sergio Leone


Leone e a desconstrução dos mitos épicos e cinematográficos do Velho Oeste

Texto de Marco Fialho

Depois que John Ford realiza "No tempo das diligências", no ocaso dos anos 1930, o faroeste atingirá um período de grande sucesso perante ao público. As décadas de 1940 e 1950 serão de ápice do gênero. O chamado cinema de faroeste nada seria se não fosse pelas hábeis mãos de dois diretores fundamentais, que estabeleceram os códigos seguidos por uma legião de cineastas: John Ford e Howard Hawks. Essa dupla ratificou os preceitos básicos tanto narrativos quanto estéticos, além de continuarem significar e resignificar ano após ano os principais códigos do gênero. Porém, foi justamente no momento em que o faroeste perdia mais sua energia vital lá pelos anos 1960, que surgiu o chamado "Western Spaguetti", que mesmo realizado na Europa, revisitou e revisou alguns dos cânones sagrados revigorando um gênero que parecia perecer. Nomes como Sergio Sollima, Giulio Petroni, Giuliano Carnimeo e Sergio Leone realizaram obras fundamentais no período compreendido entre as décadas de 1960 e 1970. 

Esse revigoramento do gênero foi importante para a sua sobrevivência, inclusive nos Estados Unidos, onde voltaria a gozar de prestígio depois das realizações de Clint Eastwood como diretor, em especial nos anos 1970 (já visivelmente contaminado pela estilo "spaguetti"), bem menos efetivo nos anos 1980, até a definitiva consagração em 1992, com o estrondoso sucesso de "Os imperdoáveis". Antes ainda teve em 1990 o épico "Dança com lobos", protagonizado e dirigido de Kevin Costner, que abordava a delicada relação entre os povos originários com os dominadores brancos (apesar de ainda tratar o tema sob o viés do colonizador bonzinho). Outros grandes diretores também deixaram suas marcas no gênero já no século 21, como os cultuados filmes dos Irmãos Coen ("Bravura indômita", "Onde os fracos não tem vez" e "A balada de Buster Scruggs") e Quentin Tarantino ("Django livre" e "Os oito odiados"). Recentemente, as diretoras promoveram também significativas revisões em relação ao papel feminino no gênero, caso de Sofia Coppola com a refilmagem de "O estranho que nós amamos" (2017) e da neozelandesa Jane Campion que se consagrou ao tocar em delicados temas tão caros ao gênero como a da fragilidade masculina, com o seu belo e íntimo "O Ataque dos cães" (2021). Sem esquecer ainda a relevante contribuição do cineasta Ang Lee no que tange a discussão do homoerotismo em "O segredo de Brokeback Mountain" (2005), que sacudiu de vez com a tão declamada macheza incólume, historicamente dada como inquestionável e inerente ao faroeste.         


Mas voltando aos anos 1960, a obra-prima do subgênero "spaghetti" foi "Era uma vez no Oeste" de Sergio Leone, por ser a mais complexa e a que condensa os aspectos principais desse cinematográfico período revisionista. Tal como um falcão arrebata a sua presa com um bote certeiro, podemos dizer similarmente que Sergio Leone realiza o mesmo feito em "Era uma vez no oeste", dominando tempo, espaço e personagens com um ataque preciso e infalível. A princípio, Leone não entrega nada acerca do enredo, muito pouco nos é revelado e a cada cena, tal como cada grão areia cai em uma ampulheta, vamos amarrando as histórias aparentemente dispersas. Um filme notável que desde a primeira sequência diz ao que veio, numa construção poderosamente imagética, quase sem diálogos, onde som, olhares e enquadramentos expressivos ditam como a obra será descortinada aos nossos olhos e ouvidos. O tempo, poderoso personagem desse filme, está presente desde o primeiro suspiro dessa obra, ele é esculpido sub-repticiamente como tensão na espera de um trem a chegar na estação, uma clara referência e homenagem a "Matar e morrer" (1952), de Fred Zinnemann.    

Sergio Leone realizou "Era uma vez no Oeste" (1968) logo depois da chamada trilogia dos dólares, composta por "Por um punhado de dólares" (1964), "Por uns dólares a mais" (1965) e "Três homens em conflito" (1966), obras que abordam a ambição, vingança e a sobrevivência de homens entregues em um universo que os forçam a viver no limite. Embora "Era uma vez no oeste" preserve também essas características, as perspectivas temáticas se ampliam consideravelmente. Se se pode dizer que a trilogia é uma espécie de diamante bruto, em "Era uma vez no oeste" o mesmo já encontra-se perfeitamente lapidado. Um filme que abre um embate interessantíssimo sobre a solidão humana e se estrutura a partir de  arquétipos estadunidenses, que homenageia alguns clássicos do dito cinema de faroeste. O orçamento também é outro fator que distancia a trilogia dos dólares de "Era uma vez no Oeste", este último astronomicamente superior.   


Se é verdade que "Era uma vez no oeste" dialoga com vários clássicos do gênero, preservando um fantástico mix de arquétipos dele, isto não quer dizer que o filme não tenha personalidade própria, muito pelo contrário, Leone impõe a todo instante o seu estilo narrativo acurado, a direção cuidadosa e uma mise-en-scène inconfundível (que evidentemente vamos esmiuçar mais à frente). Mas é impossível não ver as referências de um John Ford quando filma longas panorâmicas no Monument Valley (locações que marcaram vários faroestes clássicos de Ford como "No tempo da diligência", de 1939) que identificam a paisagem e a integram poderosamente à trama, assim como a afirmação do Destino Manifesto como traço cultural do velho oeste; também difícil não enxergar a aceitação fria do destino trágico dos personagens típica dos filmes de Howard Hawks; e o que dizer do herói indeterminado, caso do personagem de Charles Bronson (o gaita), que tão bem caracteriza a figura que chega no início do nada e ao final parte para ninguém sabe onde (o típico cavaleiro solitário) classicamente representada no filme "Os brutos também amam" (1953); as referências reiteradas da presença de relógios como em "Matar ou morrer" a marcar o tempo, personagem fundamental do filme; e a forte representação feminina, destemida e disposta a aceitar corajosamente a selvageria do velho oeste? Como não vê um pouco de Barbara Stanwyck em "Almas em fúria" (1950), de Anthony Mann, Joan Crawford em "Johnny Guitar" (1954), de Nicholas Ray, e tantas outras na valente personagem Jill McBain, poderosamente interpretada por Claudia Cardinale? Citei alguns exemplos não para desmerecer Leone como diretor/autor, mais para situa-lo em uma necessária genealogia, dizer que ele não é um desgarrado do gênero faroeste, mas sim que jamais renegou o passado apenas colocou definitivamente a sua assinatura nele. "Era uma vez no Oeste" é aquele típico filme que poderia sem susto ser comentado cena a cena, porque todas são filmadas com requintes de detalhes impressionantes e sem a menor gratuidade.

Tal como faria depois com o universo da máfia em "Era uma vez na América" (1984) Leone repete o feito de preferir causar um estranhamento no gênero, ao invés de replicar as velhas fórmulas. Referenciar sim, mas impondo uma abordagem própria calcada em uma dilatação do tempo que gera uma expectativa e um sequestro tanto da atenção quanto da tensão do espectador. Há esperas de chegadas fracassadas de personagens (a espera de Frank que não chega no trem) e há chegadas de personagens igualmente fracassadas onde ninguém vai ao encontro de quem está chegando (caso de Jill, personagem de Claudia Cardinale). A fantástica chegada dela em Flagstone (Arizona), uma mulher urbana vinda de New Orleans, em uma cidade ainda em construção, e a maneira de Leone mostrar isso é fascinante. Ele realiza um plano sequência preciso em que Jill está a adentrar nesse novo mundo e nós o conhecemos junto dela: Leone trabalha habilmente a estação de trem como um espaço de fronteira. A câmera que começa acompanhando Jill a entrar no salão de informações estaciona na janela (gerando uma moldura no enquadramento) a vislumbrando à distância, para logo a seguir subir e mostrar a caótica e ainda improvisada cidade tomada pela terra que voa do chão para criar uma nuvem de poeira no ar, com a música de Morricone a antecipar o drama que estaria por vir.   


Há recursos estilístico claros na construção narrativa de Sergio Leone. Há um nítido desejo de orquestração de alguns elementos cinematográficos. Os silêncios milimetricamente calculados, os closes nos rostos (em especial os olhares) perfeitamente ritmados com os planos detalhes de objetos, os personagens misteriosos que circulam pelo filme, entram e saem de cena e causam uma espécie de vertigem narrativa, ficamos a buscá-los, entendê-los no todo. Tudo isso formam peças de uma sinfonia que lentamente vai tomando corpo para os espectadores, nada é dado fácil, cada cena é uma peça de um quebra-cabeça a ser montado. Mais importante do que as cenas de violência dos duelos são os caminhos que desembocam nelas e isso cria uma tensão no espectador, este sempre à deriva como estão também os personagens que vivem o contexto histórico dessa sociedade conturbada e instável em que a vida estava sempre por um fio.  

O Velho Oeste como um campo mítico está fortemente presente em "Era uma vez no Oeste", embora Leone o refaça quase como uma antítese das visões épicas de John Ford, em especial as do início de Ford no cinema sonoro, como o de "No Tempo das Diligências" (1939). O diretor italiano perfaz o Velho Oeste verdadeiramente como somente um estrangeiro poderia pensar, de maneira exógena. Se utiliza igualmente do mito, porém não como os clássicos diretores o fizeram, apesar das dezenas de citações que faz, o caminho escolhido é o da desconstrução desse mito, assim como o da jornada épica dos seus personagens, por isso o tempo estendido se faz tão crucial nessa abordagem de Leone ao permitir a ressignificação do homem nessa paisagem marcada pelo inóspito e pela ambição. Sim, porque para alguns vencerem, outros precisam perder. O personagem sem nome de Charles Bronson (apelidado sugestivamente de "o gaita", instrumento que anuncia a sua presença fantasmagórica) assume nesse contexto um papel fundamental por condensar cinematograficamente na construção mitológica do oeste a figura do justiceiro, também conhecido por "cavaleiro solitário", esse típico ente espiritual que como uma assombração surge nas cenas como uma aparição, sempre do nada. Ele não entra pela porta como todos os outros personagens, ele é invisível e inesperado. Observa-se que "o gaita" nunca chega nos lugares, ele sempre já se encontra neles, como um fantasma, inclusive na cena inicial da chegada do trem na estação, onde ele só aparece misteriosamente por trás do vagão, sem ter descido como os outros passageiros. E na primeira aparição para Jill, o que primeiro ela vê é uma silhueta dele. Lembrando que "o gaita" representa os habitantes nativos dos Estados Unidos, ele é o único pertencente aos povos originários de todo o filme e Leone não o constrói negativamente, mas sim como um autêntico vingador anônimo, um desgarrado que provavelmente teve a família dizimada pela invasão branca. Seria por isso que ouvimos sempre sons tristes vindos de seu instrumento? 


Já no próprio título do filme já está marcada a ideia de fábula: "Era uma vez...". O Velho Oeste consiste na conjunção complexa de elementos visuais e culturais detalhadamente pensados pela direção de arte como as cidades implantadas improvisadamente no meio do nada ou em paisagens marcadas pela amplitude, algumas destinadas a serem cidades fantasmas em poucos anos; elementos distintivos como indumentárias características como os longos cassacos de pele; objetos como o distintivo de xerife, as esporas, a sela, o chapéu, o coldre e as as armas; o mobiliário rústico de madeira; ambientes específicos como o saloon, a barbearia, a fazenda, o banco, a cadeia, a estrebaria, a ferrovia (inclusive a sua construção), o cemitério e o fabricante de caixão. Mas deve-se incluir nesse turbilhão de imagens a figura humana igualmente específica para viver nesses rincões como os pistoleiros, o xerife, os fora-da-lei, os justiceiros, os banqueiros, as mulheres de personalidade forte, os povos nativos normalmente visto como vilões nos filmes, o que justifica quase sempre eles serem abatidos e exterminados pela bala feroz do colonizador, e apagados historicamente por Hollywood (entre raras exceções), entre outras figuras fundamentais nesse contexto marcado pela violência e a ausência da lei. O piso de areia constitui um elemento marcante desse universo e Leone gosta muito de sublinhá-lo em "Era uma vez no Oeste". Essa cor original vinda da terra, também impregna a roupa dos personagens, que quase sempre optam pela cor terrosa e ocre para as suas vestimentas. Essas cores podem ser pensadas ainda como uma extensão da morte, da terra que cobrirá a maioria dos personagens que serão ceifados precocemente em um duelo ou um massacre, como a da família de Jill McBain. Leone dispõe disso tudo dentro de uma ótica melancólica, onde a presença da morte está a rondar permanentemente os personagens.

Nesse antiépico, Leone presta homenagens diversas ao cinema. Filma planos que remetem à clássica chegada do trem dos Irmãos Lumière, além de referenciar na presença da ferrovia no filme "Matar ou morrer", de Zinnemann, em especial pelo uso de relógios. Só que aqui eles são apenas cênicos e simbólicos, não são de verdade, são pintados e não possuem indicação de hora (Seria uma citação a "Morangos silvestres" de Ingmar Bergman?). Se Zinnermann construiu sua obra tentando recriar uma analogia temporal, já que se pretendia que a ação do filme correspondesse a uma passagem de tempo fidedigna, em Leone o mesmo não acontece. O tempo aqui é suprimido, o que sugere que ele está a falar do tempo da fábula. A sensação de dilatação do tempo em "Era uma vez no Oeste" é decisivo para a própria construção fabular. O tempo de vida de cada personagem tende a ser encurtado pela bala, então porque acelerá-lo. Leone trabalha então com as expectativas de uma ação que está prestes a acontecer e determinar a vida de cada personagem. O tempo aqui é ele próprio personagem, ele não é vivido pelos padrões ditados pelos relógios, cada segundo pode ser uma eternidade e essa é a grandiosidade que Leone impõe aos espectadores, os obriga a se despir da noção introjetada de tempo que traz consigo, o convida a adentrar naquele tempo. Não casualmente os personagens flutuam nele, passam por ele. 


Qual seria então o protagonista dessa história? Leone opta pela construção multifacetada de todos os personagens, flutua entre eles que se revezam como focos temporários, são arquétipos de um tempo gerido pelas ambições de riqueza que o alimentam. Todos são peças da engrenagem capitalista, absolutamente todos: o empresário da ferrovia Morton; a família McBain que almejava a riqueza pela necessidade do trem pela água; o pistoleiro Frank (com Henry Fonda fazendo uma das suas maiores interpretações no cinema), o pau mandado que almeja roubar o lugar de Morton, o empresário das ferrovias; o fora-da-lei Cheyenne,(ótima atuação de Jason Robards) que sonha efemeramente em ser um chefe de família burguês, mas está marcado pelo banditismo do passado; Jill, a ex-prostituta vinda de uma cidade urbana e que precisa se adaptar ao inóspito selvagem para estabelecer uma nova vida burguesa para apagar o passado. Todos precisam acertar as contas com o passado, afinal o Velho Oeste é simbolicamente sempre um recomeço. E para fechar a lista, tem "o gaita" que apenas vai cumprir o seu papel mitológico de cavaleiro solitário que surge do nada para promover uma vingança justa (um desgarrado sem vínculos familiares imediatos, já que foram todos assassinados pelo bando de Frank) e parte no final para ninguém sabe onde, depois de realizar a pacientemente a tarefa.                            

Sergio Leone se consagrou pelo estilo que adotou na filmagem de suas obras. Em "Era uma vez no Oeste" ele burila algumas dessas características marcantes do seu cinema. Destaco os insistentes closes nos rostos dos personagens e na reiteração do plano-detalhe nos objetos de cena. Esses closes serviam para o diretor suspender o tempo das ações, como se ele quisesse nos dizer que o importante não é quem vai atirar ou morrer, mas o tempo que precede a isso. Esses closes apreendiam os olhares de cada personagem, capturavam sempre o medo por trás da ação corajosa de cada um, pois o close tem esse poder, o de revelar a verdade não a aparência. O close também revela as rugas e os grandes sulcos que marcavam esses rostos castigados pelo sol inclemente de quem vaga pelas paisagens que oscilam entre o frio e o calor extremos. Esses closes estão para além da própria questão narrativa, apesar que podem também participar dela, caso de como Leone usa em várias sequências o olhar do "gaita" para orientar a cena, como um olhar direcional para o público se guiar na história, caso por exemplo de quando ele está prisioneiro no trem de Morton e seu olhar acompanha o movimento de Cheyenne para libertá-lo.       


Para encerrar, quero me deter em alguns elementos simbólicos que Leone lança mão durante todo o seu longo filme. Um seria a da presença da constante da água como algo a acompanhar a narrativa, lembrando que ela é central na trama, pois a ambição de McBain era aproveitar a presença da água no terreno que ele comprou para construir uma cidade que serviria de entreposto e abastecimento do trem. Para Morton ela funcionava como meta, já que ele queria que a ferrovia chegasse ao Oceano Pacífico para ligar os Estados Unidos de leste a oeste. O país tal como um feto, que precisa da água para se desenvolver e nascer para o mundo como uma potência. Talvez o traço de melancolia que perpasse o tempo todo o filme possa servir como um resultado possível de um país que precisou usar da violência extrema para poder se forjar antes de se impor ao mundo como potência. 

Deve ser por isso que o cinema transformou esse momento histórico de um faroeste tão violento e perverso em mitologia, para que por meio dela se possa apagar pela história imagética a presença cruel e predatória desse processo de colonização tão caro aos povos originários. "O gaita" é a sombra desse sistema injusto no qual o poder econômico solapou uma série de histórias pregressas ao ceifar a vida de quase todo um povo nativo que vivia naquele território. Desbravar e aniquilar seria a tarefa inglória de uma geração de colonizadores e o que Leone mostra em "Era uma vez no Oeste" é o último suspiro de uma gama de personagens que fizeram o famoso "trabalho sujo". O western precisou da lenda, como bem disse o personagem fordiano quando perguntado sobre realidade e lenda. O que Leone fez foi desmontar esse processo se utilizando dos arquétipos do próprio gênero, lhes impingindo o tempo como resgate histórico de uma humanidade perdida, e assim, deslocou cinematograficamente o western para um outro lugar de análise e conformação. 

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