Corpo, decadência e metalinguagem
No sexto dia do 51° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro dois filmes foram vistos: Os Jovens Baumann, dentro da Mostra Caleidoscópio, e Ilha, da Mostra Competitiva.
Em Os jovens Baumann, o forte do filme é a textura vinda da utilização de imagens em VHS. Mas a proposta experimental se restringe a esse aspecto, do ponto de vista narrativo o filme navega em mares bem conhecidos, como os de terror teen. Assim, tudo se sustenta por uma atmosfera de confraternização jovial, ameaçada sempre por algum mistério alheio aos personagens. E essa expectativa é realizada, o que de certa forma faz o filme cair no previsível.
Há uma possibilidade de leitura interessante de uma metáfora que permite a análise acerca da decadência dessa família, de sua desintegração social. De qualquer maneira, Família Baumann se sustenta pelo seu ritmo agradável e leve.
Um dos filmes mais aguardados do festival, Ilha, dirigido por Glenda Nicácio e Ary Rosa, fez o fechamento da noite, sendo bastante ovacionado ao final.
Quem esperava algo na linha delicada de Café com Canela se surpreendeu, pois Ilha envereda-se por outros caminhos, de riscos bem maiores. A utilização de duas câmeras emperra um pouco a proposta do filme. A metalinguagem acompanha a trama até o fim.
O maior problema do filme é tentar abordar muitos temas ao mesmo tempo, sem conseguir a contundência esperada. Há alguns discursos que beiram a inocência, como "o nosso cinema é coragem". As atuações, exageradas, também chama a atenção.
O roteiro, teatralizado ao extremo é outro ponto que não colabora para a engrenagem do filme. Questões como o do corpo, uma das marcas da curadoria desse ano do festival, permeiam a obra também, assim como o racismo, o estupro e a da sexualidade. Mas como Ilha é apenas o segundo filme dessa talentosa dupla formada na UFRB, ficamos na expectativa de suas próximos trabalhos.
Visto no dia 19/09, no Festival de Brasília.
Há uma possibilidade de leitura interessante de uma metáfora que permite a análise acerca da decadência dessa família, de sua desintegração social. De qualquer maneira, Família Baumann se sustenta pelo seu ritmo agradável e leve.
Um dos filmes mais aguardados do festival, Ilha, dirigido por Glenda Nicácio e Ary Rosa, fez o fechamento da noite, sendo bastante ovacionado ao final.
Quem esperava algo na linha delicada de Café com Canela se surpreendeu, pois Ilha envereda-se por outros caminhos, de riscos bem maiores. A utilização de duas câmeras emperra um pouco a proposta do filme. A metalinguagem acompanha a trama até o fim.
O maior problema do filme é tentar abordar muitos temas ao mesmo tempo, sem conseguir a contundência esperada. Há alguns discursos que beiram a inocência, como "o nosso cinema é coragem". As atuações, exageradas, também chama a atenção.
O roteiro, teatralizado ao extremo é outro ponto que não colabora para a engrenagem do filme. Questões como o do corpo, uma das marcas da curadoria desse ano do festival, permeiam a obra também, assim como o racismo, o estupro e a da sexualidade. Mas como Ilha é apenas o segundo filme dessa talentosa dupla formada na UFRB, ficamos na expectativa de suas próximos trabalhos.
Visto no dia 19/09, no Festival de Brasília.
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