Ninguém solta a mão de ninguém! Por Marco Fialho "São muitas horas da noite São horas de bacurau Jaguar avança dançando Dançam caipora e babau Festa do medo e do espanto De assombrações num sarau..." Trecho de "Bicho da noite" do compositor Sérgio Ricardo, canção integrante da trilha musical de "Bacurau". O que mais importa em obra de arte não é a sua literalidade, mas o que ela significa e representa para além do que é narrado, mostrado e dito. No cinema, mais do que contar uma história, um filme cresce quando ele em si se transforma em um imensa metáfora sobre um determinado momento histórico, ou fazer, como "Bacurau" faz brilhantemente, por em evidência e xeque toda a história de um país. Pode parecer muito o que digo aqui, mas é exatamente o que acontece nos 130 minutos de sua exibição, condensar o lastro histórico do nosso país a partir de suas práticas e relações sociais. Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles assim o fa...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)