Arquitetura simétrica, emoções assimétricas Crítica de Marco Fialho O que primeiro chama a atenção no filme “Columbus” é o seu clima contemplativo. Em boa parte do filme o que vemos é a contemplação. Os personagens contemplam, a câmera contempla, e por fim nós espectadores somos conduzidos à contemplação pelo diretor norte-americano de origem sul-coreana Kogonada. Portanto, o público deve ir preparado emocionalmente para poder fruir plenamente e com tranquilidade essa obra que prima pela dilatação dos planos e do tempo. Mas isso não é tudo, a contemplação não é o todo, apenas funciona como o dispositivo, como um caminho para nos levar a lugares mais profundos e também prazerosos. Ao pensar nos planos do filme, Kogonada acredita na relação que o cinema estabelece com o tempo e esse é um grande acerto de sua direção. Assim ele nos impõe seu ritmo, ou seria a cidade de Columbus a ditar o seu ritmo aos personagens e ao filme, o que justificaria inclusive o filme ter seu nome. C...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)