A perplexidade como método Por Marco Fialho Uma pergunta feita com frequência para quem trabalha com cinema é sobre a definição do que é cinema. A sensação que temos quando assistimos a um filme como "O paraíso deve ser aqui" é de que a dificuldade de responder a essa pergunta parece se ampliar um pouco mais. O que o filme nos induz a pensar sobre isso é que qualquer definição preestabelecida sobre o cinema só serve para limitá-lo. Claro que já há correntes conscientes sobre o caráter ilimitado e dilatado do que seria o cinema, de que ele não pode mais ser colocado em uma definição precisa e limitadora. O que o filme de Suleiman nos interroga é mais do que sobre quem está narrando essa história, pois sua presença fisicamente marcante em cena se contrapõe com sua postura basicamente silenciosa, que sugere em um primeiro momento uma suposta neutralidade, que aos poucos vamos entendendo como enganosa. E se isso é um fato, é necessário pensar em como essa fisicalidade é conc...
Blog de crítica de cinema de Marco Fialho, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)